terça-feira, dezembro 30, 2008

Centrifugando

Quando eu li no orkut que uma mulher "se curou" da esofagite tomando sucos, foi o empurrão final que eu estava precisando para comprar uma centrífuga. Já estávamos pensando nisso, mas como custa pelo menos 200 reais, fiquei pensando se teria real utilidade. Não me arrependi. Além do já tradicional (nessa fase d.e. - depois da endoscopia) couve, aipo, beterraba, cenoura e maçã (que foi o suco que a mulher disse que a "curou" - e é claro que eu não acreditei nisso) a gente pode fazer suco de melancia (que eu acabei de tomar), maçã e pêra (bom para quem tem insônia), uva, melão (nem precisa tirar a casca, vai com tudo que a centrífuga separa líquido de bagaço) e por aí vai. Só não tô tomando nada cítrico como laranja ou limão e nem abacaxi ou maracujá que são muito ácidos.

Parece que dá trabalho, mas não dá. O segredo é ser organizado. Quando as frutas, legumes e verduras são comprados, tudo é lavado e seco para ser guardado na geladeira. Não precisa descascar cenoura nem beterraba, por exemplo. É só escovar para limpar bem, debaixo d'água. Na hora de tomar o suco, coloca tudo na centrífuga e pronto. É ótimo no final do dia porque a digestão é mais fácil e a gente vai dormir levinho.

segunda-feira, dezembro 29, 2008

Lanchinho da tarde

Pode parecer esquisito mas um bom lanche para uma tarde de sábado ou domingo, na hora de ver um filme na televisão é milho cozido. Adoro. Na época a.e. (antes de endoscopia) eu comia com manteiga e sal. Agora (d.e.) eu como com azeite de oliva extra virgem e um pouquinho de sal. Dá um gostinho diferente e mesmo que a gente não possa abusar do azeite, se colocarmos por cima da espiga ainda quente, o perfume do azeite faz tudo ficar ainda mais tentador. Bom apetite e não esqueça de mastigar! ;^)

domingo, dezembro 28, 2008

O garfo e a boca

Uma das coisas mais difíceis para mim, até agora, está sendo me "impor" a disciplina de mastigar mais e mais e mais antes de engolir. Fica uma eterna "briga" entre minha boca e o garfo, querendo colocar mais comida pra dentro. O que tenho tentado fazer é o que eu li em algum lugar que não me lembro mais se foi no site do Anderson ou se foi na comunidade do orkut: não pego no garfo antes de terminar de mastigar tudo o que está na minha boca e engolir tudo. Aí dou a próxima garfada e largo o garfo na mesa. Mastigo, mastigo, mastigo. Tem um aspecto muito interessante que é o de sentir de fato o gosto das coisas. Tudo parece ter mais "suco" e a gente se sacia com menos comida. Com isso a digestão é mais fácil e a ingestão de calorias também é menor.

Hoje almocei o prato da foto: abóbora, peito de frango grelhado, abobrinha refogada (e temperada com o tal sal de ervas) e arroz integral Ráris, de sete grãos. Esse arroz é MARAVILHOSO! É um tanto mais caro que o arroz normal, claro, mas tem cor, tem texturas diferentes e é super saboroso (e não tem só arroz, tem outros cereais no meio).

sábado, dezembro 27, 2008

Cardápio de um dia

06h20 Desjejum (não falo mais em "café-da-manhã" enquanto não puder tomar café novamente!)
Leite de soja (sem sabor) batido com uma banana e granola.

10h00 Lanche da manhã
Uma fatia de pão sem glúten com queijo cottage e geléia de damasco.
Se eu tiver fome mais cedo, como isso lá pelas 09h. Aí, até umas 11h eu bebo um copo de leite de soja (do tipo "Ades") de pêssego ou maçã.

12h00 Almoço
Arroz integral, chicória refogada com azeite e alho, filé de dourado ao forno com azeite e ervas finas. Gelatina de sobremesa.


15h00 Lanche da tarde
Frutas. Figo e Lichia são duas opções "exóticas", saborosas e não ácidas que dão à dieta um caráter de não dieta. Hehehehe.

17h00 "Tira gosto"
Biscoito de polvilho doce com geléia ou, se estiver afim de algo salgado, biscoito de polvinho tipo "Globo" (aqueles que vendem na praia, saca?)

19h00 Jantar
Alguma sopa e/ou salada de folhas (SEM TOMATE) com azeite e sal OU um belo suco feito com couve, aipo, beterraba, cenoura e maçã (mas tem que ter uma centrífuga para fazer isso)

Isso tudo significa uma outra coisa para alguém que trabalha em um escritório das 07h50 da manhã até as 17h20, como eu: tenho que carregar um arsenal de comidas todos os dias para o trabalho. Todas as noites, aproveitando para fazer a digestão de pé, pós jantar, eu arrumo minha "marmita" para o dia seguinte e vou separando tudo o que vou levar, as frutas, geléia, queijo, pão, almoço, suco... Essas coisas.

Tenho aprendido que não existe uma determinação exata sobre o que causa essa ou aquela reação. A gente precisa prestar atenção ao nosso organismo e ver se a couve cai bem, se o alho dá arrotos demais ou não, se a farinha de trigo dá azia ou não (eu acho que dá, mas uma rabanada - NO FORNO - para as festas de final de ano não vai matar ninguém).

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Almoço reciclado e incrementado

Pós Natal uma BELA sugestão foi misturar uma idéia da Fer com o resto do peito de peru da ceia de Natal. Uma salada tipo "salpicão" com:

Maçã, aipo, peito de peru desfiado grosseiramente, azeite, iogurte e creme de leite, sal de ervas e três tipos de alface. DELÍCIA! De quebra um arroz cozido junto com uma sobra de bacalhau desfiado com cebola, azeitonas pretas e azeite. Hummmmmmm...

P.S.: Sal de ervas (ou sal AMO) é uma mistura, em partes iguais, de alecrim, manjericão e orégano (a-m-o, sacaram?) mais sal, passado num processador. As ervas são todas desidratadas, okay? É ótimo para temperar um monte de coisas, como essa salada, por exemplo.

quinta-feira, dezembro 25, 2008

Ceia de Natal

Não dá pra comer demais. Não dá para comer muito tarde. Não dá pra beber álcool. Não dá para comer coisas ácidas. Difícil, né? Bebi água o dia todo, mas pelo menos meia hora antes de jantar não tava mais bebendo nada.

A ceia foi gostosa, com tudo o que eu gosto, mas sem exageros: peito de peru (não foi o peru inteiro porque o peito é a parte mais sequinha e iria sobrar muita coisa, se fosse o bicho todo), pêssegos e cerejas ao natural (maduros, doces e gostosos), arroz integral e um purê de abóbora.

De "petiscos" pré ceia e pós ceia tínhamos damascos secos com castanha do pará, figo seco com passas e queijo brie. Nunca tinha comido figo seco. Comprei num supermercado "chique" que vende um monte de coisas importadas. Os figos vieram da Turquia. Foi o toque internacional e exótico da noite. Adorei.

E de sobremesa as tradicionais rabanadas, feitas ao forno, sem óleo algum, só o pão, leite, açúcar (não tinha como não ter...) e canela. O tabuleiro já era anti-aderente, mas também foi levemente untado com margarina.

Meia noite, FELIZ NATAL! e cama. Já tinham se passado duas horas desde a ceia e eu ainda tinha saído para passear com a Kika (minha filha peluda de quatro patas) portanto não tinha receios de não ter uma boa noite de sono. Só o calor me atrapalhou um pouco, mas nada que um ar condicionado não resolvesse. ;^)

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Food blog?

Minha amiga Fernanda, a blogueira mais profissional que eu conheço me deixou todo orgulhoso quando chamou esta minha nova tentativa de manter um blog de "food blog". Eu achava que isso tava mais para um "sick blog" porque o intuito aqui é catar informações sobre a bendita hérnia de hiato e tudo o que ela causa: refluxo, esofagite etc e tal.

Obviamente, morando com um talentoso (embora não descoberto pelo mundo) chef de cozinha, graduado e experiente na arte de fazer comidas gostosas, eu escrevo mais sobre o que como e o que me faz bem e me dá prazer, do que da "doença" em si.

Aliás, doença não é uma boa palavra, mas "condição". A hérnia de hiato não vai desaparecer. O que vai sumir é a esofagite. E que, ainda assim, pode voltar, se eu não cuidar da dieta. Conclusão: o que eu como é mais importante do que a "doença" em si. Daí o blog.

Mas, achei uma página com informações muito interessantes e achei que deveria divulgá-la. Cliquem aqui para saber mais sobre essa "condição" e o que ela causa.

E em breve, mais sugestões do que comer. ;^)

terça-feira, dezembro 23, 2008

Pão sem glúten!

Uma das coisas que eu mais sinto falta é de comer um bom pão de padaria com café. Mas café tá fora de cogitação. Pelo menos por um bocado de tempo. Então nem penso muito nisso. Já o pão que é um acompanhamento perfeito para qualquer tipo de lanche, a gente resolveu. Quer dizer, eu falo "a gente", mas eu não faço nada do que escrevo aqui. Só como. ;^) Enfim, aí vai uma receita de uma mistura de pão com bolo que fica MUITO gostoso e é ótimo para o "desjejum" (não falo mais café da manhã, já que não bebo o dito cujo) ou para o lanchinho da tarde. Anote:

3 ovos inteiros
1/2 copo de óleo (soja ou arroz - o último é melhor, mas mais caro também, claro)
1/2 copo de iogurte natural integral
1 1/2 copo daquela farinha sem glúten cuja receita eu postei aqui
1 colher de sopa de açúcar
1 colher de chá de sal
1 colher de sopa de fermento em pó

Bata tudo no liquidificador e coloque num forma para bolo inglês (vide foto). Leve ao forno (180 graus C) por 45 minutos ou até dourar.

Eu como esse pão com queijo cottage e geléia ou queijo minas e fatias de peito de peru ou qualquer requeijão ou cream cheese light. Imagino que um ovinho mexido com azeite, sal e ervas finas também seria um bom acompanhamento e uma refeição light para o final do dia.

Enjoy! :^)

domingo, dezembro 21, 2008

Mastigando (ou não)

Eu sempre comi muito rápido. Sempre tive uma certa "ganância" e sempre gostei de encher o garfo com um pouco de cada coisa que tinha no prato e encher a boca. Mastigava muito pouco e logo engolia. Sempre gostei de comida quente, muito quente. De vez em sempre ficava com soluço, no meio da refeição, porque a comida tava "entalada" na garganta ou em algum outro lugar entre esta e o estômago. Devia de ser no esôfago, claro, mas só agora é que eu sei onde fica o esôfago... Para ajudar a comida a "descer" eu tomava um copão de água ou de cerveja ou de suco ou o que estivesse me acompanhando no momento. Sempre comi com um copo de bebida ao lado.

Até poucas semanas atrás. Agora estou praticando a arte de mastigar. Mastigar, mastigar, mastigar, mastigar, mastigar e mastigar mais um pouco. Se for um filé mignon ou um frango aí a gente tem que mastigar MUITO mais. Mas algo surpreendente aconteceu: eu tenho sentido muito mais o sabor das comidas. É completamente diferente. Claro que a gente precisa ter paciência, concentração e não ficar conversando enquanto come. Cheguei à terrível conclusão de que comer não é uma atividade social. É melhor comer sozinho. Você e seu prato.

Mas, como diria Caetano Veloso, "Ou não". Pra não ter que mastigar tanto, uma ótima saída são as sopas. Aí dá pra conversar, dá pra fazer a digestão mais rápido e dá pra fazer uma social. Pode até dispensar a colher e ficar com uma caneca na mão.

Aqui em casa temos tido sopinhas com alguma freqüência desde o "evento" endoscopia/esofagite/refluxo/não-comer-muito-próximo-de-ir-deitar. A minha FAVORITA até agora é a de batata baroa. DELÍÍÍÍCIA!! Batata baroa, para quem não conhece, também chamada de mandioquinha, é uma mistura de batata com mandioca, digamos assim. E é maravilhoso. Outra sopinha gostosa é com abóbora. Outro dia teve uma de abóbora com cenoura.

Se quiser, dá para misturar um restinho de carne moída na sopa ou frango desfiado. Importante são os temperos e a salsinha é o melhor de todos. E nem precisa de receita porque é só cozinhar o ítem em questão e depois bater no mixer (ou liquificador) com a própria água do cozimento. Leva ao fogo e tempera. Se puder colocar uma pimentinha fica melhor ainda. Mas isso tá proibido no meu cardápio.

terça-feira, dezembro 16, 2008

Massa de arroz

Uma outra EXCELENTE opção para quem não quer comer farinha de trigo, seja por qual motivo for, é substituir o tipo de massa que a gente normalmente usa para pizza e tortas salgadas, por uma massa feita principalmente com arroz (sobra de arroz branco). Arroz não dá (pelo menos não em mim) aquela azia insuportável que eu sempre senti com a farinha de trigo. Então vamos à receita da massa:

02 xícaras de sobra de arroz cozido
salsa, cebolinha ou orégano
sal a gosto
01 colher de sopa de fermento em pó
03 colheres de sopa de queijo ralado
1/2 xícara de amido de milho (a famosa Maizena)
1/2 xícara de óleo ou azeite (azeite é mais caro mas é infinitamente mais saudável e saboroso)
03 ovos
01 xícara de leite

Bata todos os ingredientes no liquidificador até obter uma massa homogênea. A massa tá pronta. Aí as opções dependem da sua criatividade. Pode esticar num tabuleiro antiaderente como base para uma pizza e cobrir com os "toppings" que achar melhor. Como eu não tô podendo tomate dá pra fazer uma pizza com peito de peru, champignon, orégano ou alguma outra coisa tipo queijo branco talvez. A outra opção está ilustrada na foto acima:

Numa forma mais fundinha colocar a massa em "camadas", intercalando-as com recheios variados como queijo minas e peito de peru. Ficou MARAVILHOSO e na próximo sexta-feira vou "encomendar" outra. Outra idéia seria rechear com bacalhau ou frango desfiado, camarão ou até carne moída.

Mais um azeitinho por cima e é só se deliciar. Mastigue bastante antes de engolir para não ter soluços e não precisar "empurrar" goela abaixo com líquido algum. ;^)

sábado, dezembro 13, 2008

St. Dalfour - "A" geléia

Um outro grande vilão na vida de qualquer um, tenha esofagite ou não, é o açúcar. Eu adoro um docinho. E a saída é procurar se acostumar com o doce das frutas, ao natural, e no máximo colocar um açúcar mascavo aqui e ali. A melhor opção em termos de geléia, seguindo esse raciocínio, embora não seja, nem de longe, a mais barata é a MARAVILHOSA geléia francesa St. Dalfour. Tem de amoras, mirtilos, frutas vermelhas e damasco (my favorite) entre outras. É dos deuses.

Farinha preparada sem glúten

Um dos grandes vilões hoje em dia é o famoso glúten que encontramos em todas as embalagens no supermercado: "Contém Glúten" ou "Não contém Glúten". Se você não é portador da doença celíaca, pode comer glúten e ficar tranquilo. Mas eu resolvi, antes mesmo de ter diagnosticado a esofagite, que evitaria o glúten o máximo possível. Ainda como granola que tem aveia e outras coisas que contén glúten, mas temos comido muito pouco e isso foi um super adianto para as minhas azias infindáveis.

Nas lojas de alimentos naturais tipo Mundo Verde a gente acha a "farinha sem glúten", mas se você fizer as contas vai ver que sai mais barato comprar os ingredientes separadamente, no supermercado, e misturar em casa, nas quantidades certas.

Misture bem:
2 xícaras de creme de arroz
3/4 de xícara de fécula de batata
1/4 de xícara de polvilho doce

Tá pronto. E depois é só substituir a farinha de trigo por essa farinha, na maioria das receitas. Eu adoro fazer panquecas para o café da manhã de domingo. Fazia sempre com farinha de trigo. Depois substitui por essa mistura e deu super certo. Só precisei diminuir um pouco da quantidade de leite na receita para continuar com a textura que obtinha com a farinha de trigo.

A receita das panquecas é mole. Anota aí:
1 xícara de farinha sem glúten
1 colher de sopa de açúcar
1 colher de chá de fermento em pó
1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio
1/2 colher de chá de sal

Misture bem esses ingredientes secos e depois acrescente (vai colocando e vai mexendo bem, pra ficar tudo homogeneo):
1 xícara (não muito cheia) de leite
1 ovo
2 colheres de sopa de manteiga derretida (o médico disse para não comer gordura, mas são apenas duas colheres para umas 15 panquecas, então não vejo problema algum)
1 colher de chá de essência de baunilha

Depois é só passar uma "nesguinha" de manteiga numa frigideira de tefal ou, como eu uso, numa chapa de ferro (dessas para grelhar alimentos). Coloque a massa com uma concha fazendo pequenas panquecas. Quando aparecerem uns "furinhos" na massa é porque tá na hora de virá-las. Vire com uma espátula e deixe mais um pouco. Depois de prontas é só comer com um requeijão light, cream cheese light, queijo cottage, mel ou geléia.

Adorava comer isso com café junto. Amanhã vou comer sem beber nada junto. Snif, snif... Paciência.

;^)

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Uma nova realidade

Há pouco mais de uma semana descobri que tenho hérnia de hiato. Isso pode causar refluxo, o que pode causar esofagite, uma inflamação no esôfago. Meus sintomas eram azia, dificuldade em dormir por conta da azia e muitos gases. Fui ao médico (um gastro) que me passou uma série de exames e mandou eu tomar o "Planta Bem" para regularizar o intestino. Um dos exames que eu tive que fazer (e só consegui fazê-lo um mês e meio após a primeira consulta) foi a tal da endoscopia.

Quase não fui fazer a maldita. Achei que tava bem, que a azia era só uma questão de não comer mais farinha de trigo, eliminar o glúten da minha vida e tudo seria maravilhoso para sempre. Talvez porque já estivesse agendado, talvez porque o plano de saúde já estava pago, talvez porque eu estivesse com medo de ter algo mais sério, lá fui eu fazer a endoscopia.

Foi o pior exame que eu já fiz na vida. Tive refluxo durante o procedimento. O médico depois disse que foi "traumática" por conta da inflamação. Disse que da próxima vez me dará um sedativo mais forte. Diga-se de passagem eu não "apaguei" durante a coisa toda. Até fiquei empurrando o braço dele, querendo que ele tirasse aquele tubo da minha boca. Assim que acabou eu disse, "Essa foi a última vez na minha vida que eu fiz esse exame." E a resposta que ouvi, tanto do médico quanto de sua assistente, foi imediata, "Ah, não foi, não..."

Fiquei "passado", com raiva e irritado. Ele me deixou numa salinha, descansando, e quando foi me ver falou brevemente que a situação era séria e que eu tinha que tomar dois remédios por três meses, fazer uma dieta e voltar para uma nova endoscopia ao final dos três meses. Falou rapidamente que eu tinha que cortar cigarro (isso é fácil, não fumo mesmo), álcool, cafeína, gordura e condimentos.

"Como assim, 'condimentos', doutor? O que o senhor chama de 'condimentos'?"
"Pimenta, mostarda, ketchup."

E foi embora, torturar o próximo paciente.

Só depois, quando voltei para casa e comecei a procurar informações pela net foi que eu descobri mais coisas sobre a tal esofagite e sobre a dieta que deveria seguir. Como moro com um chef de cozinha, super prendado, inventivo, pesquisador e disposto a cuidar de mim, tenho feito uma dieta bastante gostosa e tenho me sentido bastante bem.

Minha intenção com esse blog é fazer uma espécie de diário das comidas, dos sucos, dos hábitos e resultados que experimentar não só ao longo desses três meses mas durante o resto da minha vida.

Depois da endoscopia "descobri" que a minha mãe, uma tia, um tio e dois primos "sofrem" dos mesmos problemas ocasionados pela hérnia de hiato. A conclusão é que vim com "defeito de fábrica". E para não ser jogado fora, vou ter que aprender a conviver com essa situação.

É horrível pensar que não posso comer pizza, não posso beber vinho, cerveja, sakê, não posso comer acarajé, colocar pimenta na comida ou me deliciar com um fondue de chocolate, nem tampouco comer batata frita ou qualquer outra coisa frita. Mas há saídas. E nem é tão sacrificante assim.

Em breve conto mais.